Quando começo a escrever metas, organizar afazeres, planejar e outras coisas nesse sentido, me sinto super poderosa. Amo esse espírito de fim de ano pois é nessa época que a gente começa a fazer mil planos para o próximo ano.

Planejar é ótimo, é escrever os sonhos num papel. Quem não gosta de sonhar?

Mas é engraçado como a gente pensa no encerramento de ciclos. Para mim é muito curioso ver alguém falar que primeiro de janeiro é só mais um dia, parece uma noção de tempo que eu não entendo nada. Ok, em partes está certo, sempre tem aquele discurso de “o ano não vai ser novo se você for o mesmo”, mas primeiro de janeiro, de alguma forma, é um marco temporal importante.

Não porque é uma data em que vai acontecer algo extraordinário, mas simplesmente porque precisamos de marcos temporais na nossa vida. Nós precisamos, para nossas metas, nossas promessas, para tudo. Não adianta dizer que não.

Se você disser “um dia eu faço tão coisa”, é uma frase tão vaga que nem se configura uma meta, só parece um sonho distante. No entanto, quando a gente diz “ano que vem eu faço” parece mais real (apesar de também ser algo que foi um tanto banalizado e que hoje é muito usado como piada). Claro que não é garantia de que vai acontecer, mas é uma forma de se fazer acreditar em algo.

Mas isso também pode gerar um efeito totalmente contrário. Final de ano é uma época um tanto reflexiva, ficamos pensando no que fizemos e o que faremos. Sim, sonhar é maravilhoso, mas pensar que os sonhos dependem de você para se concretizarem é assustador!

Depois que escrevi minhas metas fiquei meio apreensiva. Eu realmente vou conseguir fazer tudo isso? E se algo der errado? Se eu não conseguir? Se mudar de planos? Se o caos instalado no mundo atrapalhar (o que é bem provável, na verdade)?

Mas nada disso importa!!!

Sei que fui eu mesma que falei que gosto de traçar metas e me sentir poderosa e que precisamos de marcos temporais, mas não sejam tão cruéis com vocês mesmos.

A vida não vai se resolver em um ano e, no fundo, essas metas são mais algo que você faz para se sentir bem. Porque é bom pensar que você é melhor do que ontem, melhor do que mês passado, do que ano passado.

Idealizar é divertido, mas eu nem preciso dizer que também é um tanto problemático. A gente sabe que não é nada saudável idealizar pessoas, momentos, então por que idealizamos tanto nós mesmos?

Olha, desculpa, mas acho meio difícil a gente realizar essas metas todas. Mas quem liga para um pedaço de papel ou uma nota mental com tópicos para realizar? Pensa no que você concluiu no ano anterior ou sei lá, só seja gentil.

Não é como se sua vida fosse uma empresa com metas anuais de lucro pré-estabelecidas e obrigatórias.

Você pode desistir, mudar de ideia, de planos. Afinal, é um ano para ser vivido, você não precisa ser impecável, nem precisa realizar nada de grande. É um novo ciclo se abrindo, faça o que sentir vontade! Aproveitem 2021.

Feliz ano novo!